Utilização de Óleos Funcionais na saúde animal

A produção de suínos vem buscando cada vez mais inovações tecnológicas e sustentáveis com o objetivo de garantir um alimento economicamente viável, que traga rentabilidade para o produtor e segurança ao consumidor final.

Com a crescente demanda por alimentos seguros e contínuas restrições ao uso de antimicrobianos promotores de crescimento na suinocultura, os óleos funcionais tornam-se ferramentas importantes como uma alternativa ao uso destes, de maneira a minimizar ou eliminar seu uso.

Os óleos funcionais, têm sido definidos como aqueles óleos que possuem atividades além do seu valor energético. Essas outras atividades são dependentes do tipo do óleo em questão, e podem ser as mais variadas, como, antimicrobiana, anti-inflamatória, antifúngica e/ou antioxidante. Os mecanismos de ação dos óleos funcionais não estão totalmente elucidados e normalmente devido à complexidade destes óleos estes mecanismos não são únicos. Um dos mecanismos conhecidos para a ação antimicrobiana dos óleos funcionais deve-se à natureza lipofílica destes, estes se ligam a membrana da bactéria e essa interação causa mudanças de conformação na membrana, resultando em expansão e perda da estabilidade da mesma, permitindo penetração de íons e reduzindo a taxa de crescimento das bactérias. Outros mecanismos de ação antimicrobiano para os óleos funcionais incluem, a desnaturação das proteínas citoplasmáticas e a inativação das enzimas celulares que levam as células bacterianas à morte.

Diversos extratos de plantas foram estudados e apresentaram ação comprovada sobre a atividade microbiana, dentre eles, o líquido da casca da castanha de caju e o óleo de mamona (Essential®), que são utilizados combinados. Essa combinação de óleos descrita anteriormente, também possuem atividade anti-inflamatória e antioxidante.

Tanto pesquisas de campo, como de universidades, têm demonstrado que os óleos funcionais do líquido da casca da castanha de caju e do óleo de mamona, podem ser usados de forma segura na prevenção de doenças entéricas, promovendo a saúde intestinal, resultando em melhores ganhos de peso e eficiência alimentar em diferentes fases da vida dos animais de produção.

Na fase de lactação, o efeito positivo da suplementação do óleo funcional sobre o ganho de peso dos leitões e escore corporal visual das porcas, indica um melhor aproveitamento da ração. Segundo pesquisas, esse aumento na disponibilidade de energia pode estar relacionado com os efeitos antimicrobianos e anti-inflamatórios dos óleos funcionais. Portanto, o melhor aproveitamento energético pode vir tanto da diminuição de desafio microbiano, como da melhor absorção dos nutrientes.

De acordo com experimentos realizados no período pós desmame e fase de creche de suínos, os óleos funcionais performaram igual ou superior que tratamentos com antibióticos promotores de crescimento, possibilitando a redução ou retirada da utilização dos mesmos. Segundo recente pesquisa, realizada pelo departamento de ciência animal da Universidade da Carolina do Norte em parceria com a Oligo Basics, os principais resultados obtidos através da utilização do blend de óleos da casca da castanha de caju e mamona, na fase de creche foram: melhoria da saúde intestinal com aumento da diversidade microbiana, redução significativa da quantidade de bactérias patogênicas e aumento de bactérias benéficas, além da redução do estresse oxidativo. Com estes resultados, fica comprovado que a suplementação deste blend de óleos funcionais é capaz de proporcionar maior benefício para o microbioma e histomorfologia no intestino delgado de suínos na fase de creche, além de apresentar potencial benefício em relação à redução dos efeitos relativos ao estresse no desmame.  

Em animais em fase de terminação, os resultados não são diferentes, devido melhoria da microbiota e qualidade intestinal dos animais, tem se observado uma resposta satisfatória do sistema imune, melhoria de ganho de peso diário, conversão alimentar e redução da mortalidade.

A utilização de misturas de óleos funcionais apresenta alto potencial para ser utilizado em todas as fases da produção de suínos como um aditivo natural, demonstrando benefícios como melhoria da qualidade intestinal e da microbiota, redução da eliminação de agentes patogênicos e melhores índices zootécnicos e econômicos.

Artigo escrito por  Luciana Diniz, Gerente Nacional de Suínos e Livia Grigoletto, Gerente de Conta Chave da Oligo Basics.